Recicla
Dois velhos conhecidos encontram-se e trocam saberes sobre a vida.
- Você também recebeu um panfleto sobre coleta seletiva, ensinando como se deve separar o lixo reciclável?
- Recebi e achei aquilo um insulto. Depois de anos de coleta seletiva, agora querem nos ensinar como separar o lixo reciclável...
- No panfleto está escrito que não se pode reciclar embalagens metalizadas, louça, cerâmica, porcelana etc. O que faço com uma xícara quebrada?
- Pois é! Também proíbem reciclar espuma, espelho, clipes, grampos e esponja de aço. E o que fazemos com esses produtos? O panfleto não oferece solução.
- Eu também achei absurda a observação de que “todos os materiais devem ser limpos e secos antes de serem descartados”. Mas ninguém menciona quanto receberemos para ter todo esse trabalho.
- Exato. Alguém na prefeitura deve ter se esquecido de que pagamos taxa de lixo. Para quê? Você já pensou nas reações a esse panfleto?
- Já. Aqui no meu condomínio, muitas unidades reciclam zero; tudo vai para o saco preto, do lixo orgânico. Parece que alguém na prefeitura está criando dificuldades para depois vender facilidades.
- Os garis que atuam na coleta seletiva são orientados a não retirar sacos com isopor. Qualquer produto eletroeletrônico vem acomodado em embalagens de isopor. O que fazemos com essas embalagens?
- Assim é fácil administrar! Transfere-se para o munícipe toda a responsabilidade. Como conseguir adesão à reciclagem agindo assim?
- Eu entendo que se eu separar meu lixo orgânico do restante já estou fazendo a minha parte. À prefeitura cabe coletar tudo o que não mais utilizo como entulho, móveis, eletrodomésticos, livros, latas de tinta velha etc.
- Aqui, a prefeitura não disponibiliza locais nos quais se pode descartar peças maiores como sacos de entulho, móveis, restos de obras. Esse serviço é bem precário, mas sabem fazer cobranças. Isso lá sabem!
- Os munícipes acabam por descartar tudo como lixo orgânico e o restante é descartado à noite, em calçadas abandonadas. A prefeitura e seu desserviço...