Telemedicina
Dois velhos conhecidos encontram-se e trocam saberes sobre a vida.
- Quando li que teríamos atendimento médico com o nome de telemedicina, fiquei animado com a iniciativa. Finalmente, a modernização na área da saúde.
- Eu já sou menos otimista, sabe? Penso que se trata de ação para reduzir despesas com pessoal.
- Fui informado que minha consulta com o cardiologista seria por telemedicina e fiquei animado. Esperei receber o link para a conexão... e nada!
- Você achou que receberia um link para consultar o médico usando o computador de sua casa? Usando câmera e o microfone do seu computador?
- Exatamente. Será que fui muito ingênuo?
- Não vou responder para não enfraquecer a amizade...
- Para a tal consulta por telemedicina precisei dirigir-me ao ambulatório do hospital e aguardar a chamada. Como se fosse uma consulta presencial.
- E teve que aguardar até ser chamado para uma saleta com uma enfermeira para acompanhar você, certo?
- Exatamente. Depois de uma vai e volta, finalmente o médico surge na tela do monitor e a consulta começa. Mas eu tinha vários exames para o médico ver. Exames laboratoriais e de imagem. Você consegue imaginar o que ocorreu?
- Claro. Não há como o médico ver os exames. Precisariam ser enviados a ele previamente, por algum meio. A enfermeira lê alguns resultados, mas é um improviso. Fica a sensação de trabalho incompleto, malfeito.
- Eu me senti lesado pelo sistema. A ideia me parece boa, mas o sistema é rudimentar, sobretudo na análise dos resultados dos exames. E o fato de requerer deslocamento até o ambulatório é uma grande desvantagem.
- Sim. Se é para ir ao ambulatório, seria melhor ter uma consulta presencial com o médico. E penso que consultas com especialistas, em que exames precisam ser vistos pelo médico, requerem consultas presenciais.
- Eu tenho um bom laptop, com câmera e microfone. Poderia acessar o médico do computador da minha casa se esse recurso existisse. É telemedicina, não?