Dois velhos conhecidos encontram-se e trocam saberes sobre a vida.
- Ontem recebi três edições do jornal RelevO. Eles empregam o “o maiúsculo” e preciso descobrir o porquê.
- Não sabia desse seu interesse por topografia. Ou seria sobre novas técnicas na confeitaria? Que jornal é esse? Não me diga que vem em papel...
- É um jornal literário, imagine você! Existe na versão online e em papel. Eu solicitei a versão em papel para voltar a sentir a sensação de antigamente.
- Mas, é jornal desses que a gente usa para forrar bandejas de gaiolas? Como o nosso jornal aqui do bairro?
- Sim, mas o acabamento é mais simples, embora traga ótimas ilustrações e textos interessantes, desses intelectualmente estimulantes, sabe?
- E quem são os ilustres que publicam textos nesse jornal? Há dos grandes?
- Não. Gente desconhecida que tem uma oportunidade de ter seu texto ou sua ilustração publicados. E há gente produzido textos imaginativos...
- Posso imaginar. E como funciona? É gratuito ou requer assinatura?
- Eu assinei por um ano. É mais barato que duas garrafas de vinho que consumo. Sabe por que decidi assinar o jornal?
- Isso me interessa. Eu tenho um palpite: os textos são redigidos em bom português, como manda a tal “norma culta”. Aliás, abomino essa terminologia...
- Eu também. E seu palpite está certo. Alguns textos estão escritos em português correto, como deve ser. Você sabe como me importo com a língua. Aliás, nossa amizade dura porque você é um defensor zeloso da língua.
- Eu vou acessar o site desse jornal. Agrada-me a ideia de voltar a folhear papel, nem que tenha de usar um hidratante, depois. E ler textos imaginativos de ilustres desconhecidos, desde que bem escritos, agrada-me também.
- Está difícil encontrar quem tem o que dizer e saiba fazê-lo empregando estruturas elegantes e até mesmo rebuscadas. E terei a vantagem de poder usar o jornal depois, para forrar as bandejas das minhas gaiolas. Com relevo!