Chapéu preto
A mala hibernava sobre a cama;
alguém ia abri-la para pôr ordem.
Ela o faria; não se achava dama;
roupas usadas, suadas já fedem.
Deparou-se com estranho chapéu;
alongado, preto e bem embalado.
Sentiu que fora usado por um réu;
é feito de veludo, bem preservado.
Ela o põe na cabeça e o encaixa;
vai ao espelho e alinha-o à faixa.
Faz volteio em espiral; se abaixa.
Ergue-se e tudo lhe parece novo.
Surpresa, acabara de sair do ovo;
sentia a pura sabedoria do povo...
René Henrique Götz Licht
Enviado por René Henrique Götz Licht em 25/01/2025
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