Sonho
Lembro-me de alguns, desde pequeno.
Cedo deixaram marcas na minha vida.
Falava-se que era doce como veneno;
que fazia mal. Havia um que engravida.
Só bizarrices. O sonho alimentava o ser,
deixava-o saciado, manso para a labuta.
Devolvia-lhe a vontade para amanhecer,
ter ânimo e sabedoria com gente biruta.
Podia vir sozinho ou estar acompanhado.
Senti-lo era como ser abraçado, salivante,
saber-se um nada, mas ver-se sofisticado.
Por um sonho agora, o que eu não daria?
Um que me trouxesse o sabor inebriante
só por vê-lo, roliço, na vitrine da padaria.
René Henrique Götz Licht
Enviado por René Henrique Götz Licht em 29/06/2023
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