Dois velhos amigos reencontram-se para jogar conversa fora:

- Você também ficou atento ao noticiário sobre os tanques tomarem o poder em Brasília?

- Nada! Você acredita que haja clima para os militares tomarem o poder?

- Não. E tampouco que o comunismo seja implantado, como muitos ainda temem que ocorra.

- Da mudança de governo, gostei de ver uma cachorrinha participando. Você também?

- Sim, e muito. Precisamos valorizar mais os animais, principalmente os abandonados.

- Agora, algo que me emocionou muito foi a posse daquele governador. Você viu?

- Vi, e fiquei com os olhos marejados. Ele tomou posse lado a lado com seu namorado.

- Pensei comigo: que coragem! Que lição de diversidade! Que lição para tantos artistas...

- Esses artistas que não mostram quem são, não o fazem, para não perder contratos.

- Esse governador é um herói; muito maior que aquele reizinho que renegou a própria filha.

- Aquela conhecida nossa acha que ele teve vergonha por que era filha da empregada.

- Que absurdo! Perguntei a ela, se ele teria vergonha de ser preto também.

- Você sabe que ainda alguns dos nossos conhecidos acreditam que o tal capitão está na ativa?

- Sim; eu tenho visto as publicações. General Heleno é que está mandando no país. Pode?

- Isso falta aos brasileiros: Lula está no poder. Gostando ou não, temos que torcer para dar certo.

- E o mesmo valia para o Bolsonaro: tínhamos que torcer para dar certo também.

- Estamos no mesmo barco; não adiantar rir por que há um buraco no barco e ...

- Isso! Rir por que o buraco está na proa, onde está o Lula. A água vai entrar e afundar o barco.

- Teríamos de lutar mais pela nação; muito mais.

- Faltou pouco para Lula duplicar o número de ministérios. E fala-se em crise e em défice.

- O anterior gastou milhões para comprar o Centrão; o novo tem de comprá-los de volta.

- Agora, você já recebeu a tal Picanha que fora prometida?

- E você já recebeu a primeira parcela do 14° que nos fora prometido?

- Os idosos estão cada vez mais abandonados pelos governantes.

- Sim! Quantos idosos usaram suas aposentadorias para comprar alimentos na pandemia?

- E alimentar a família que ficou sem poder trabalhar? Idosos foram arrimos de suas famílias.

- Aqui, só se faz creche para crianças. Idosos precisariam também de creches-dia.

- Sim! Os familiares saem para trabalhar e o idoso ficaria numa creche, com alimentação...

- E cuidados básicos, medicação na hora certa, atividade recreativa, passeios, higiene...

- Aqui, os vereadores e o prefeito ignoram os idosos. Será que idoso não dá voto?

- Você lembra-se daquele padre da creche? Ele só queria crianças até 6 anos.

- Sim, dizia que quando crescem perdem a doçura que atrai a generosidade das pessoas.

- Talvez o pensamento seja esse mesmo. O que será que idosos atraem nas pessoas?

- Eu apostaria que só atraem a vontade de se livrar deles. Quem tem dinheiro, põe no asilo.

- Asilo é expressão politicamente incorreta. É casa de repouso ou clínica para idosos.

- A minha vizinha usa e abusa da expressão “judiar”; vive falando “mas que judiação”...

- Aquela toda engajada, que vive de cotas, não? Faça o que eu digo, mas não o que faço...

- E aquele moleque arrogante, o entregador de água, que quer chefiar algum órgão público?

- Acho-o insuportável, ele só brilha quando sua e quando está com o cabelo ensebado.

- Ele gosta de postar frases em inglês, você já reparou? Frases copiadas, claro.

- Você já notou como escreve mal? Nunca ouviu falar de concordância. Mas acha-se um filósofo.

- Ele julga-se bonito, desejado. Se perder 10kg e tomar banho melhora bastante.

- Falando nisso, hoje é dia de banho. O seu foi ontem?